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Espontânea


 
Ela nunca gostou de nada que a prendesse. Desde pequena sempre nervosinha, teimosa, com fome de independência e de querer ser grande pra ter liberdade... Se é que algum dia se conquista a tal. Ela nunca gostou de obrigações, se é pra fazer que faça com vontade, se não nem venha. Quanto mais natural, espontâneo e sincero for, melhor. Ela não gosta de enrolação. Ela sempre gostou de cartas na mesa e transparência no olhar. Ela gosta da empatia pra tentar ser justa e acabar entendendo um pouco mais sobre si mesma. Ela não cobra encontrar nos outros aquilo que ela é, se for pra ser, que ela seja pronto acabou. Muito menos aquilo que ela não é. Ela sempre gostou de ser a protagonista ou a antagonista da sua própria história, de levar a responsabilidade de ela mesma ter o papel de ser e não ser o que bem entender, ter a responsabilidade de acertar e errar. Ela não espera nada dos outros nem dela mesma, porque esperar é querer parar, é querer estabilizar, é querer controlar. E ai ai ai, controle ela não tem. Incerta ela é. Pensar e agir ela nunca para. Não necessariamente nessa ordem, até porque Espontânea é seu nome do meio. Ela procura estar bem para refletir o bem. Ela não gosta de brigas, prefere conversas. Ela não gosta de estresse e por isso vê tudo pelo lado positivo, afinal pra ela tudo é questão de ponto de vista. Ela não gosta de rotina e de planos, mapa então, nem se fala... Ela não gosta que coloquem palavras na sua boca. Ela gosta de ser única e singular como qualquer outra pessoa. Ela não é perfeita e por isso ama mudanças. Ela tem medo de ser julgada, mas aprendeu que querer ser o que todos querem é o mesmo que não ser nada. Ela descobriu que ela faz tudo por ela e não pra provar alguma coisa para alguém, quem viu, viu, quem não viu, quem sabe algum dia veja. Ela se acha engraçada e é a pessoa que mais ri de si mesma. Ela nem sempre gosta do que vê no espelho, mas na maioria das vezes sim. Ela gosta dos cachinhos dela e do seus olhos terem tons diferentes.  Ela não se arrepende de nada, pois o passado não volta e todo erro tem algum conserto. Ela aprendeu a perdoar, não por pena, mas para se dar a paz de que precisa. Ela acredita que respeito é tudo, respeitar o tempo, respeitar o lugar, respeitar o outro, respeitar a si e suas vontades. Ela quer que você dê a atenção de que ela precisa, mas também se não quiser ela prefere que não dê, porque ela também não suporta fazer as coisas sem vontade. Ela gosta de correr atrás daquilo que deseja e não perde oportunidades por orgulho, mas também sabe a diferença entre persistência e insistência. Ela não gosta de hipocrisia, contradições e mentiras, mas entende se você precisar delas para tentar se encontrar. Ela sabe que no final é isso que todos buscam, mesmo que alguns ainda se escondam no meio do medo de não ser o que esperavam. Ela sabe que todos querem uma segunda chance, todos querem ser melhores, todos querem um ouvido ou dois pra ser compreendidos ou pelo menos aceitos. Ela sabe que todos querem se desprender dos medos e serem espontâneos, serem livres, serem eles mesmos. Ela sabe que é o que todos querem, e por isso ela leva o papel de dar o que ela e todos gostariam de receber. E é por isso que ela não vai pedir pra você ficar. Ela vai te dar a liberdade de ser e fazer o que você bem decidir, sem rancor, sem pressão e com muita compreensão. Porque ela entende que todo mundo tem o direito de ser o que quiser e que ninguém deve nada a ela além de ela mesma, afinal a vida dela é só dela, a sua vida é só sua. E assim, ela vai te dar a chance de ser o que ela é, espontânea. -Luísa Monte Real