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Dia 3. Escreva inspirada em uma música/ escreva uma carta para um amor futuro

Olá alguém, 

     Eu já nem sei mais como que se escreve uma carta, apesar de eu ainda ter o costume de escreve-las.
 Vou começar assim: Tem uma música muito boa pra isso que estou começando a falar aqui, apesar de não fazer ideia do que é. A música é “dear no one” da Tori Kelly. Ela fala sobre a vontade de ter alguém, mas ainda sequer tem alguém específico. É realmente esquisito que a nossa vontade não dependa de alguém, na verdade, parece que a falta move muito mais isso tudo. E ela também fala que gosta de ter o próprio espaço, e que de alguma maneira ela afasta as pessoas... mas ela queria ter uma alma gêmea e essa coisa toda. E ela dedica a música para esse querido ninguém, que um dia virá a ser alguém, no tempo que vier, quando encontrar. 
     Talvez ela já tenha tido alguens, e deixam saudades. Saudades daquele sentimento... de como se sentiu. Às vezes, se pergunta como que seria um casamento, porque ela realmente gosta de tirar seu tempo de silêncio, se habitar um pouco. Ela é da arte. A solidão ronda, mexe, expulsa. Ah! Como as separações moldam a relação. Os espaços, os calados, o não sei dizer... Não te conheço em tudo e isso me faz ficar. Gostinho de quero menos para alcançar alguma coisa. Talvez ela já experimentou isso, mas o outro lado viveu outra coisa... Não deu. O limite falou alto e doeu. E amar é limitar, ela entendeu. Ela quer um amor com limites, cortes, ela com ela, tu com tu, ela com tu, tu com ela. Quantas pessoas... Um relacionamento de dois tem sempre mais alguém habitando. 
    Ela espera ansiosa, a solidão também machuca, principalmente quando as pessoas não acompanham ou se fazem presentes , só parecem fantasmas que já nem sabem quens são quens. Mas ela  já não quer tudo que dá na telha, está cansada disso. O cansaço às vezes é um ponto indispensável. Deixa as coisas bem mais difíceis, ela sabe, ninguém quer ficar cansada oras, nem sofrer... e ela é criticada, as pessoas resistem, falam, falam sem parar... Ninguém parece querer crescer né, muito menos ver que o outro cresce e que essa possibilidade não existe, mas se cria e se escolhe. É fácil pensar que não está nas nossas mãos o que está, e que tudo está rodando entorno dela. Ela quer alguém que a dê essa mão e ela dê a dela. Mas que sobre um espaço entre as palmas porque são mãos diferentes afinal. E em um grande desencaixe, é onde ela quer e pode repousar.

- Luísa Monte Real 
Desafio: @ogirassolescrito 

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